Da Redação
Com curadoria de Heloísa Espada e Yuri Quevedo, a exposição reúne obras e registros fotográficos que remetem à mostra histórica que ocorreu em 1952 no MAM São Paulo
Até o dia 03 de julho o Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe a exposição ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos. A mostra sugere uma releitura histórica da exposição do grupo que aconteceu no MAM São Paulo em 1952 e que teve duração de somente 12 dias. Naquele ano, o grupo lançava um manifesto homônimo que defendia o uso da arte aplicada ao cotidiano. O documento e a exposição apontaram diretrizes para formação da arte concreta brasileira, que se formaria ao longo daquela década, tornando o Ruptura imprescindível para o movimento.
Com curadoria de Heloísa Espada e Yuri Quevedo, a mostra propõe uma revisão crítica do legado da arte construtiva no Brasil. O manifesto ruptura defendia a arte geométrica em detrimento à figuração, disputa que alimentou debates no mundo das artes durante o período. Em 2022, o conjunto de obras expostas traz à tona novas reflexões coletivas, questionamentos e análises contemporâneas.
Formas geométricas, cores vibrantes, linhas e pontos refletem sobre um momento de estudo e transformação, que, com fortes interferências do estudo da psicoterapia de Gestalt, trabalha a percepção e a sensação do movimento, criando possibilidades e formas intermináveis, com diferentes percepções visuais e dinamismo no olhar. Os artistas sugerem formas para que o público seja estimulado a interpretar a obra e desenvolver sua própria visão geométrica.
A exposição apresenta uma hipótese que mais se aproxima da mostra original de 1952, reunindo um conjunto de obras e registros fotográficos que remetem a ela, trazendo trabalhos que representam a produção dos artistas no início dos anos 1950 e, inclusive, duas pinturas que estiveram em exibição na ocasião: Desenvolvimento ótico da Espiral de Arquimedes (1952), de Waldemar Cordeiro, e Vibrações Verticais (1952), de Luiz Sacilotto. Entre os artistas participantes estão Geraldo de Barros, Augusto de Campos, Lothar Charoux, Waldemar Cordeiro, Kazmer Féjer, Hermelindo Fiaminghi, Leopoldo Haar, Judith Lauand, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto e Anatol Wladyslaw. A mostra conta com obras raramente vistas de Haar que estão guardadas em acervo familiar desde quando o artista faleceu, em 1954, não tendo sido exibidas em nenhum local desde então. Além disso, o manifesto ruptura poderá ser visto em sua condição original.
A história reunida na exposição faz leitura de uma realidade desigual e desafiadora, mas que rememora e valoriza o engajamento e a persistência do grupo que explorou problemas e criou possibilidades infinitas e libertárias de imaginar e ver o mundo.
Serviço
ruptura e o grupo – abstração e arte concreta, 70 anos
Período expositivo: Até 03 de julho
Onde: MAM São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça à domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: R$25,00. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.
Ingressos disponibilizados online em www.mam.org.br/ingresso
Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de SP, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.