Da Redação
A coletiva ‘De Terra e Gás’ propõe um diálogo entre as obras de Germana Monte-Mór, Paulo Monteiro e Solange Pessoa. Luís Teixeira expõe no Gabinete do Parque e o Projeto 280 X 1020 recebe série de Estela Sokol
A Casa de Cultura do Parque, centro cultural gratuito localizado em frente ao Parque Villa-Lobos, inicia o II Ciclo expositivo de 2021 com três mostras inéditas até este domingo, 13 de março, com direção artística de Claudio Cretti.
A Galeria do Parque recebe a coletiva De Terra e Gás, com trabalhos de Germana Monte-Mór, Paulo Monteiro e Solange Pessoa e texto de Tiago Mesquita. O artista mineiro Luís Teixeira exibe a individual Gargalo no Projeto Gabinete, com texto de Tiago de Abreu Pinto e o Projeto 280 X 1020 exibe Pepinos, Sad & Brazilian, uma série de 27 pinturas de Estela Sokol.
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Confira a programação completa:
De Terra e Gás de Germana Monte-Mór, Paulo Monteiro e Solange Pessoa
Germana Monte Mór, Paulo Monteiro e Solange Pessoa — artistas que se estabeleceram na cena de arte nacional entre o início da década de 80 e 90, com ênfase na pesquisa tridimensional e pictórica, integram a coletiva De Terra e Gás, que apresenta obras inéditas de diferentes períodos de suas carreiras. Com direção artística de Claudio Cretti, a mostra é exibida na Galeria do Parque, como parte do II Ciclo expositivo da Casa de Cultura do Parque.
Os três artistas têm no desenho e na escultura a matriz de suas produções, oferecendo um diálogo poético entre formas, cores e materiais que tomam corpo com um certo esforço, revelando um embate rico entre matéria e forma. Tendendo, quase sempre, à abstração, são obras carregadas de mistério. “São furos, buracos, casulos, linhas e espessas e massas informes, como se fosse revelar algo que não está alí, exalar um gás, fazer uma surpresa”, comenta Claudio Cretti.
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Com trajetórias semelhantes e cruzamentos em outros momentos de suas carreiras, a produção artística do trio é repleta de referências às culturas emergentes na cena contemporânea e à própria história recente da arte, como o Pós-minimalismo, a Arte povera italiana, o Neoconcretismo brasileiro, sem deixar de olhar com atenção à produção da arte popular brasileira.
Influenciados por uma miríade cultural, as obras carregam a quebra da divisão entre espectador e obra, entre erudito e popular, diluindo essa inibição entre obra e espectador numa presença corpórea das obras. O uso de materiais inusitados, como asfalto, feltro, estanho, chumbo e cera, argila, cerâmica, evidencia a liberdade de experimentações e criações que possibilita uma maior subjetividade e expressividade.
Gargalo de Luís Teixeira
Objetos e imagens estáticas em busca do movimento através de uma passagem fronteiriça e estreita são o mote do conjunto de trabalhos de Gargalo, exposição de Luís Teixeira com direção artística de Claudio Cretti. A individual acontece a partir de 27 de novembro, no Gabinete do Parque, espaço da Casa de Cultura do Parque que recebe trabalhos de jovens artistas, e integra o II Ciclo expositivo do centro cultural.
O artista mineiro desenvolve seu trabalho através de experimentações de diferentes suportes artísticos, como pintura, escultura e objetos, propondo contraposições de diversas naturezas. Para a mostra Gargalo, apresenta um conjunto de 10 obras, dentre elas quatro pinturas-objeto produzidas em 2019, e seis pinturas desenvolvidas entre 2020 e 2021.
Em comum, o conjunto de trabalhos evidencia uma vontade cinética, criando uma noção de gargalo, em que os aspectos estáticos da obra aparentam se mover por um espaço estreito. O título da exposição também se refere ao espaço expositivo que originalmente era um lugar de passagem da galeria para a área externa.
Para o escritor e curador Tiago de Abreu Pinto, convidado para escrever o texto crítico da mostra, “As pinturas de Luis Teixeira aludem a uma dicotomia: sua condição estática em contraste com seu desejo cinético, esse gargalo em si é um trajeto, é movimento”.
Pepinos, Sad & Brazilian de Estela Sokol
Pinturas elaboradas com feltros coloridos sobre chassis de madeira compõem a série carregada de humor e ironia Pepinos, Sad & Brazilian de Estela Sokol. Desenvolvido durante o período de isolamento social imposto pela Covid-19, o trabalho inédito é exibido no Projeto 280 X 1020, parede localizada entre espaço interno e externo da Casa de Cultura do Parque.
O conjunto de obras é desdobramento da pesquisa da artista sobre pinturas realizadas sem o uso de tinta, apropriando-se de toda a paleta de cores de feltros disponível na indústria para criar um policromático jogo entre figura e fundo. A única regra é a não repetição da cor do tecido que atua como fundo da pintura em outro quadro.
Formas recortadas também em feltro, que caracterizam os pepinos, estão apenas posicionadas sobre a então superfície encapada da pintura, permanecendo sobre o fundo em decorrência da força de atração e repulsão que as cargas elétricas exercem umas sobre as outras. Os trabalhos são construídos a partir da variação de duas a cinco formas, que operam como uma pintura de faixas. “A justaposição de formas ganha um certo jubiloso molejo pelo tom de natureza morta ou através do inerente ao resgate da vida silenciosa da matéria inanimada.”, pontua Estela Sokol.
O título da série faz alusão direta ao meme Sad & Brazilian, que viralizou novamente na Internet durante o ano de 2020, e realiza uma espécie de apologia ao pepino, em referência à forma e ao significado popular da palavra, que é problema, relacionado especificamente à situação econômica, política e social do país.
Serviço
II Ciclo expositivo 2021
Direção artística: Cláudio Cretti
Período expositivo: até 13 de março de 2022
Local: Casa de Cultura do Parque – Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros
Horário: de quarta a domingo, das 11h às 18h
Entrada gratuita