Da Redação
A Doença do Outro, com texto e atuação de Ronaldo Serruya, é um atravessamento pessoal de um corpo convivendo com HIV; Volta aos palcos acontece de 5 a 21 de março, sábados, domingos e segundas-feiras, às 20h30, no Teatro de Contêiner Mugunzá
Sucesso de público e crítica e vencedor do 7º edital da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo, o texto A DOENÇA DO OUTRO, de Ronaldo Serruya volta aos palcos para mais uma temporada presencial. A estreia acontece no Teatro de Contêiner Mungunzá no dia 5 de março, sábado, às 20h30.
Com direção de Fabiano Dadado de Freitas e atuação do próprio autor, o solo traz à cena um diálogo sobre os corpos convivendo com HIV, suas estigmatizações e as conquistas sociais.
Em A DOENÇA DO OUTRO, Ronaldo Serruya propõe o formato de uma palestra-performance, mas de uma forma mais interativa, onde o público não fique apenas recebendo toda a informação. O espetáculo que, ao mesmo tempo toma o rigor teórico e documental do formato palestra, joga com a teatralidade através do videografismo, permeando toda a encenação com projeções em vários locais, inclusive no figurino.
Ronaldo Serruya recebeu o diagnóstico positivo para HIV em 2014. Depois de um período de elaboração e relacionamento com a revelação, encontrou nos discursos artísticos uma maneira de debater, criticar e confrontar toda a construção dos estigmas em torno da doença.
“Para a maioria o corpo portador do HIV é um corpo perigoso, recusado, fracassado e sigiloso. Escrever a peça era um sonho antigo, agora materializado como forma de recusar o silêncio e a culpabilização”, explica Serruya. Para ele, nesses 40 anos de HIV no mundo os avanços científicos foram enormes, mas o preconceito e a “sorofobia” fazem do HIV uma doença social.
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Arte x HIV
Atravessamento pessoal, A DOENÇA DO OUTRO é um processo autoral, já que Ronaldo Serruya é o autor e ator do monólogo. Para não deixar um contaminar o outro, Serruya convidou Fabiano Dadado de Freitas para assumir a direção trazendo novas possibilidades para a encenação.
Os dois que já se conhecem a muito tempo ainda não tinham trabalhado juntos em um espetáculo teatral, mas criaram o projeto Como eliminar monstros: discursos artísticos sobre HIV/ AIDS, que analisa a história social da doença e reflete sobre os estigmas que rondam corpos positivos através da fricção entre Arte x HIV.
Como diretor, Dadado traz para a encenação um tom de convocação reconhecendo as questões trazidas pelo texto. “Apostamos no formato de palestra-performance, mas em uma construção conjunta com a plateia”, adianta. Ele ainda conta que a opção pelo uso de várias projeções ajudará nesse contato mais direto com o público. “Ao longo do espetáculo a performance invade a palestra.”
Além do videografismo proposto na cenografia, o espetáculo conta com figurino criado por Luiza Fardin (vencedora dos prêmios Cesgranrio, Shell e APTR 2016 na categoria melhor figurino pelo espetáculo Se eu fosse Iracema). O figurino em tons claros apresenta uma concepção descontruída e assimétrica e servirá também como plataforma de projeção.
Para Ronaldo, a estreia de A DOENÇA DO OUTRO não é um ato heróico ou de coragem, mas uma contribuição singela para o reconhecimento e uma digna reverência ao corpo positivo.
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Serviço:
A DOENÇA DO OUTRO
Quando: De 5 a 21 de março, sábado, domingo e segunda-feira
Horário: às 20h30
Onde: Teatro de Contêiner Mungunzá.
Endereço: Rua dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia (estação de metrô Luz).
Duração: 55 minutos
Classificação: 14 anos
Ingressos – R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia-entrada) Bilheteria – Abre uma hora antes do início das apresentações (aceita dinheiro e cartões débito/ crédito Visa e MasterCard).
Vendas antecipadas pelo site https://www.ciamungunza.com.br/