Entre os dias 13 e 16 de abril, a Companhia apresenta um espetáculo composto por quatro obras assinadas por diferentes coreógrafos brasileiros no palco da Sala Adoniran Barbosa
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, realiza uma parceria inédita com o Centro Cultural São Paulo. Entre os dias 13 e 16 de abril, a Companhia apresenta ‘Ensejos’, composto por quatro obras com direção de Inês Bogéa e curadoria de Mark Van Loo, curador de Dança, do Centro Cultural São Paulo, na sala Adoniran Barbosa, com entrada gratuita.
Assim como o próprio nome diz, ‘Ensejos’ surge de boas conjunturas e oportunidades, que conectam artistas de diferentes olhares para compor uma noite para a São Paulo Companhia de Dança. Com iluminação de Caetano Vilella e figurinos de Claudia Shapira, os coreógrafos Arilton Assunção, Poliane Fogaça, Eduardo Fukushima e Lili de Grammont criam obras singulares para o elenco da São Paulo Companhia de Dança, que revelam os plurais e ao mesmo tempo singulares ‘Brasis’ da contemporaneidade.
A noite começa com Ver o Ar Ouvir o Verão, uma partitura coreográfica criada por Eduardo Fukushima a partir de sua pesquisa com práticas corporais chinesas e japonesas, que se entrelaçam com questões da dança contemporânea e da performance, criada a partir de múltiplas referências. “O ar é a matéria principal dessa coreografia. É uma tentativa de coreografá-lo, dar luz à sua matéria ao mesmo tempo concreta e invisível, que nos envolve, nos une. Há alguém no vento? O vento passa e o que antes era verão agora já é outono. Mas ainda é preciso escutar o calor, ouvir o verão: fala o coreógrafo. Esta é uma dança para as forças do vento, um convite ao voo ao som de “Summertime”, em japonês, que atravessa a obra”, diz o coreógrafo.
Na sequência, vemos Teia de Renda, de Arilton Assunção, que parte de temas como a literatura, a poesia, a dramaturgia, a política e a religiosidade em movimento para construir a obra. A coreografia encontra nas composições “Teia de Renda” e “Evocação das Montanhas”, a inspiração e a liberdade de sua concepção. “Uma teia que sustenta, que alimenta, que une e separa relações”, fala o coreógrafo.
Inspirado livremente na obra literária: “As veias Abertas da América Latina”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) e embalado pelas canções da cantora argentina Mercedes Sosa (1935-2009), “Veias Abertas”, de Poliane Fogaça, propõe o encontro desses dois grandes artistas que em comum, contaram as histórias dos povos latino-americanos. Galeano nos diz que “o futuro sempre precisa ser reinventado”, enquanto Mercedes dizia “que é preciso dar voz aos que não têm voz”. A obra revela aspectos sociais – como a fome, a falta de oportunidade, a luta contra a repressão – e a resiliência, o amor pelo próximo e a noção de unidade entre os povos. “Quiçá seja uma utopia acreditar que é possível estancar o sangue das veias abertas da nossa sociedade. Mas que seja um sonho em ação, um ato de esperançar um novo futuro de justiça e união. Por meio da poética da arte de dançar, que a dor cesse, que a ferida cicatrize e que nos inspire a cada passo, a sermos e estarmos uns pelos outros”, diz a coreógrafa.
Para encerrar a noite, sob os clássicos de Lindomar Castilho, como “Você é Doida Demais”, “Vou Rifar Meu Coração” e “Linda” – revisitados e modernizados pelo compositor Ed Côrtes – a coreógrafa Lili de Grammont cria sua primeira obra para a São Paulo Companhia de Dança, a partir de um dos casos passionais mais conhecidos no país: o feminicídio de Eliane de Grammont, por Lindomar Castilho, seus pais. A dramaturgia da obra é construída a partir de pinceladas de memórias de Lili com relação a história. “A narrativa não é direta e tão pouco intenciona contar a história. É uma inspiração, recheada de sentimentos e complexidades. ‘Memória em Conta Gotas’ expõe vulnerabilidade e tristeza, mas acima de tudo sobre como seguir com coragem e esperança”, fala a coreógrafa.
As apresentações são gratuitas e os ingressos deverão ser retirados via bilheteria online através deste link , ou presencialmente a partir de 11 de abril, diretamente no Centro Cultural São Paulo.
Serviço
ENSEJOS
Data: 13 a 16 de abril (quinta a domingo)
Horário: quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Local: Centro Cultural São Paulo, na Sala Adoniran Barbosa | Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP, 01504-000 | Central de Informações: 11 3397-4002
Ingressos: As apresentações são gratuitas e os ingressos deverão ser retirados via bilheteria online pelo link , ou presencialmente a partir de 11 de abril, diretamente no Centro Cultural São Paulo.