O Parque Burle Marx será o cenário desta edição, na qual obras digitais se confundem com a natureza
Com início na Semana Mundial do Meio Ambiente, a mostra VIVACIDADE – poéticas socioambientais, incentiva o paulistano a explorar o Parque Burle Marx. Além de contemplar o preservado trecho do que restou da Mata Atlântica paulista, o convite é refletir a respeito da qualidade do ar que respiramos, das mudanças climáticas e da densidade demográfica de uma megalópole como São Paulo.
Trata-se de uma exposição de arte digital que aborda reflexões sobre o impacto das novas tecnologias, o crescimento das cidades e o mundo natural. O evento acontece de 03 a 18 de junho, com acesso gratuito.
Este presente ao cidadão vem através da produtora Cult.Bit (de Marília Pasculli e João Frugiuele), patrocínio do Meta / Facebook e realização do Promac (Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais). Em sua segunda edição, o projeto volta à capital paulista após uma década. Vale lembrar que, em 2013, a VIVACIDADE – poéticas socioambientais ocupou a Avenida Paulista com seis obras digitais.
Os artistas digitais Rizomatique e VJ Suave estão encarregados de provocar uma discussão reflexiva sobre a expansão da metrópole (tanto em território quanto em implementação tecnológica), para que esta possa atender às demandas sociais sem deixar de lado o equilíbrio com a preservação ambiental. A fauna extinta e remanescente da Mata Atlântica também está em pauta.
A linguagem da mostra é direcionada a crianças e jovens pelo caráter pedagógico. Porém, devido ao formato ao ar livre, impacta um público massivo. A interatividade se dá através de ferramentas tecnológicas intuitivas, como softwares de desenho digital e visualização de dados. Desta forma, o público adquire uma experiência artística de co-criação das obras.
Saiba mais sobre as instalações interativas em meio ao verde do parque:
Uma escultura de luz que reflete o ar que respiramos, em tempo real. A partir da coleta de dados sobre as concentrações dos poluentes no ar da cidade (divulgados pela CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Ou seja, a cada momento, a instalação estará com espectro luminoso colorido diferente. A interatividade do público se dará através de um tablet com um menu colorido. Cada cor equivale a um dos poluentes mais comuns no ar de SP: partículas inaláveis (MP10), partículas inaláveis finas (MP2,5), fumaça (FMC), ozônio (O3), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2) e dióxido de enxofre (SO2). Todos esses elementos são invisíveis ao olho nu, mas a escultura os revela através do espectro da cor (claro/escuro) correspondente à concentração do poluente no ar.
Os artistas criaram uma floresta digital similar à Mata Atlântica, com flora e fauna animadas e representada em dois cenários: um lago para destacar espécies aquáticas e outro da floresta densa, com pássaros e outras espécies terrestres. Ali, o participante recebe um tablet para desenhar (através do software tagtool) outras espécies endêmicas da Mata Atlântica que podem ser avistadas no Parque Burle Marx. A obra retrata as espécies nativas da região, além de alertar sobre a urgência de medidas climáticas globais para a sobrevivência das espécies.
Vale lembrar que…
Quando falamos em mudanças climáticas, somos impactados pela imagem de um urso polar se equilibrando num iceberg. No entanto, o Hemisfério Sul é o mais afetado e o menos responsável pelo desequilíbrio climático. Nos últimos anos, o número de peixes, aves e até borboletas estão diminuindo no que restou da Mata Atlântica, e inúmeras espécies correm risco de extinção.
As obras de arte digital buscam, de forma lúdica, trazer luz, reflexão e conscientização, sobre questões inerentes aos humanos, seus cuidados com o planeta, e inevitavelmente com a própria humanidade.
Workshop – Desenho e Animação: crie personagens animados
VJ Suave ministra uma oficina exclusiva para 120 alunos de 8 a 14 anos, da ONG Casa da Amizade, de Paraisópolis. De forma gratuita, os jovens terão a oportunidade de aprender as técnicas básicas e avançadas de criação visual e animação com o Tagtool App.
Os participantes serão instruídos sobre a biodiversidade da Mata Atlântica para desenvolverem criaturas digitais para habitarem o espaço lúdico na mata, sendo co-criadores da instalação visual do artista. A segunda etapa do workshop consiste numa visita guiada ao parque, onde os alunos podem ver o resultado de seu trabalho artístico digital e inserir novos desenhos na instalação.
Datas: 24 de maio na Casa da Amizade e 09 de junho no Parque Burle Marx.
Serviço:
VIVACIDADE – poéticas socioambientais
de 03 a 18 de junho de 2023
Grátis
Parque Burle Marx, São Paulo-SP
Horário: 09h às 18h
Curadoria: Marília Pasculli
Produção: Cult.Bit
Patrocínio: Meta | Facebook
Realização: Promac (Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais)
Apoio: Parque Burle Marx